Quadrilha usa dados sigilosos de moradores da Mooca para roubar
quinta-feira, 3 de março de 2011Dissidente da quadrilha Mooca Chapa Quente, um grupo de pelo menos oito jovens ladrões conta com uma rede de informações importantes para fazer levantamentos de residências de orientais e também de árabes, moradores do Pari, Belém, Mooca e Brás, na zona leste da capital. A polícia deteve Waldemar dos Santos Leite, o Val, de 27 anos, e Wallace Felipe dos Santos Batista, de 20, dois dos principais integrantes do bando.
Eles vivem cercados de belas mulheres, fecham camarotes de bares da moda, alguns ostentam joias, carros e motos. E adoram espancar, dar choques e ameaçam queimar as vítimas que roubam. A mesma quadrilha também consegue informações privilegiadas sobre atendimentos que vão ser feitos por equipes da Telefonica e se antecipa, segundo a Polícia Civil. Esbanjam o dinheiro dos assaltos em casas noturnas badaladas, desfilam de Hyundai I30 e motos Honda Hornet, 600 cilindradas.
O grupo anotava placas de veículos de potenciais vítimas. E, com ajuda de alguma empresa, despachante ou policial, conseguia o endereço do motorista e marcava o ataque. Os criminosos buscavam sempre joias, dólares e dinheiro.
Investigadores do 81º DP (Belém) começaram a apuração a partir do roubo da casa do médico radiologista Adriano Synesio Bresser, de 54 anos, em 20 de janeiro.
Depois de render a empregada, entrar na casa e dominar a família, o grupo achou o cofre e roubou R$ 150 mil, US$ 33 mil, joias, celulares, uma pistola, um revólver e um Rolex. “Tinham informações privilegiadas”, disse o delegado André Pimentel.
A polícia obteve informações de que o carro usado pelo bando seria um Fiesta preto. Passaram a investigar também Michel Arraes de Deus, de 19 anos, conhecido ladrão da região, segundo investigadores. Os policiais levantaram quem eram os parceiros dele e monitoraram telefonemas. Em 22 de fevereiro, às 17h, Val e Wallace foram presos próximo à Avenida Celso Garcia, em um Fiesta preto, o mesmo usado no roubo à casa do médico. No carro, a polícia encontrou duas camisetas com emblemas da Telefonica, crachás em nome da empresa com fotos dos acusados e lista com endereços de dezenas de casas. Reconhecida pelo médico, a dupla teve prisão preventiva decretada.
No dia 23 de fevereiro, a PM encontrou documentos numa caçamba de lixo em nome da comerciante Josefa Maria de Morais, de 51 anos. Os policiais descobriram que seu apartamento fora roubado por falsos técnicos da Telefonica. Josefa solicitou conserto da internet rápida e foi “atendida” por ladrões, segundo o delegado. Em nota, a Telefonica diz que “desconhece o tipo de prática mencionado pela reportagem”. Afirma ainda que irá apurar o caso e vai colaborar com investigações.
A polícia ainda está à procura de Michel Arraes de Deus, de 19 anos, reconhecido no ataque à casa do médico, e também ao homem desconhecido, filmado no elevador com Wallace, ambos fingindo ser técnicos da Telefonica para roubar o apartamento de uma comerciante.
Fonte: Jornal da Tarde
Mais notícias sobre a Mooca:
- Dia do Meio Ambiente: Mooca recebe evento Eu Também Cuido
- Bonecos de cera de Obama, Elvis e outros 49 famosos chegam a Mooca
- Subprefeitura da Mooca tem novo representante; Confira
- Busca por cadela desaparecida ganha campanha na internet na Mooca
- Subprefeitura Mooca adota novas práticas para acolhida dos idosos